09/11/2020
O ano era 1994, no São Paulo na equipe juvenil, na ponta esquerda tinha um rapaz muito habilidoso. Atendia pelo nome de Denílson, mais conhecido como Denílson Show. Mas este papo é para uma outra hora.
No mesmo ano, o time profissional do São Paulo contava com o comando do Mestre Telê Santana. Seu camisa 10 era ninguém menos que Raí, quase no auge da carreira. Nos bastidores do Morumbi ouviam-se várias histórias daquele time.
Aqui vai uma delas, um dia no CT do São Paulo, mestre Telê decidiu trabalhar um dos fundamentos básicos do futebol. A história baseava-se especificamente na pessoa do Raí e o fundamento era o passe de longa distância.
Neste dia, mestre Telê usou uma das lixeiras como ferramenta de trabalho, que ficavam na grade que delimitava um campo do outro.
Então chamou Raí e de uma certa distância, pediu para o meia colocar a bola dentro da lixeira como se estivesse dando um passe longo a um colega de time.
Conta a história que Raí errava os primeiros “lançamentos”. Mestre Telê então pegou a bola e acertando uma atrás da outra, mostrava e orientava o atleta como deveria fazer.
Telê sempre se preocupou em ensinar os seus atletas, quantas vezes fosse necessário e independente de quem fosse.
Ele também ensinava o básico, porque entendia que se ensina fundamentos aos atletas profissionais. Telê não foi multicampeão pelo acaso, ele cuidava dos detalhes.
Para finalizar, deixo uma frase do mestre: “Eu fico envergonhado quando vejo algum jogador meu errar um fundamento, porque na verdade a culpa não é dele. Sendo treinador, é minha obrigação ensiná-lo a como aprimorar sua técnica, mesmo que isso leve mais tempo do que o esperado. É para isso que eu trabalho” – Telê Santana.